TRADUTOR

16 fevereiro 2011

Momento Desesperador

No dia 27 de junho de 2009 o Renan começou a ter  febre e  isso nos preocupou, pois tinha acabado de  tomar antibiótico para curar uma pneumonia. Levamos ao médico mesmo sabendo que com menos de vinte e quatro horas de febre eles não costumam dar importância. Depois de examiná-lo e solicitado um raio x, nos liberou e pediu que aguardássemos pelo menos 48 horas.
Passei a noite sem dormir controlando a temperatura, que na madrugada subiu muito, os antitérmicos não faziam efeito, meu marido entrava no chuveiro com ele chorando até a temperatura abaixar.
No dia 28 por volta das 9hs saímos do serviço e retornamos com ele ao médico, pois a temperatura estava chegando aos 39,8 graus, e novamente a médica que nos atendeu disse que não tinha nenhum foco de infecção e nos mandou para casa. No caminho de volta liguei para a imunologista dele, que me orientou a aguardasse até o final da tarde e se não houvesse melhora, deveriamos voltar para o hospital e se ele melhorasse era para levá-lo no outro dia para ela examinar.
Chegamos a minha mãe às 12 horas, a temperatura estava controlada e como eu estava em época de fechamento na empresa e o André estava cheio de trabalho, voltamos a trabalhar. Por volta das 13h30 eu liguei novamente para a minha mãe, ela me disse que ele estava sem febre e havia melhorado tanto que já estava brincando com a Karen e as minhas sobrinhas, me deu um alivio. O que eu não esperava é que isso não seria por muito tempo.
Ás 15h30 meu telefone tocou, quando atendi minha mãe estava gritando e chorando muito do outro lado da linha, pedindo para que eu fosse embora porque o Renan estava muito ruim, imediatamente desliguei o telefone na cara dela, sem pedir maiores informações, sai correndo e liguei para o André que estava no meio de uma reunião, mas saiu  feito louco sem dizer nada, porque o carro estava com ele.
Enquanto aguardava a chegada do André, retornei a ligação para minha mãe, quando eu á ouvi gritar: "volta Renan, volta" eu desesperada perguntei: "volta de onde mãe, ela me disse ele está morrendo, seu pai está tentando fazer  ele voltar a respirar e não consegue, ele já está roxo", não consigo descrever o meu desespero naquele momento. A empresa inteira, parou para tentar me ajudar, ligamos para o SAMU , mas eles não tinham ambulância disponível, ligamos para a polícia e nos disseram não atendiam este tipo de ocorrência e então restava os bombeiros que também não puderam nos ajudar por falta de carro de resgate, a vida do meu filho estava nas mãos de Deus e do meu pai.
Naquele dia Alphaville nunca ficou tão longe de onde moro, o tempo todo eu estava ligando para saber como estava a situação, depois de um tempo minha mãe disse que tinham levado ele para o pronto socorro próximo à casa dela, fomo direto para lá. Quando entrei na enfermaria, ele estava com soro em um dos braços, meu irmão estava fazendo compressa para a febre ceder o que não estava adiantando, comecei a chorar. Ele me olhava, mas eu percebia que ele não estava me reconhecendo, não falava a única reação, era as lágrimas que escorriam dos seus olhos.
O médico veio conversar conosco e nos falou que o Renan tinha que ser transferido para um hospital, mas era na época do surto da gripe suína e não estávamos encontrando vaga em nenhum lugar, foram horas de espera. Depois de muito sacrifício conseguimos uma vaga no Hospital Santa Marina. Enquanto esperávamos a chegada da ambulância, o Renan voltou a consciência por volta das 21hs, sem se lembrar do que havia acontecido e querendo saber onde ele estava.
O médico que o atendeu na chegada ao pronto socorro, nos disse que se o pai não tivesse feito os primeiros socorros em casa, com certeza ele teria morrido.
Meu pai e minha mãe nos contaram que tudo foi muito rápido, ele pediu para deitar na cama porque estava cansado, ela se virou para guardar uma calça e em seguida olhou para a cama e ele estava completamente roxo e sem respirar. Ela o pegou no colo e saiu correndo, gritando meu pai, meu irmão subiu as escadas correndo, minha irmã colocou o dedo na boca dele para que não enrolasse a língua e começaram a luta para trazê-lo de volta, meu pai diz que quando ele achava que não ia conseguir, clamou que Deus o ajudasse, em seguida ele se lembrou de uma reportagem que passou, onde o bombeiro chupou o nariz de uma criança que eles tinham praticamente perdido e ela voltou, sem perder tempo meu pai fez o mesmo, foi quando o Renan voltou a respirar eles o levaram para o hospital. 

Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.
"Jeremias 33:3"

2 comentários:

  1. Me lembro desse dia foi o dia mais triste da minha vida !!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Foi o pior dia de minha vida. Lembro-me perfeitamente do momento da ligaçao, eu saido voando da APC, colocando nossa vida em risco, pois fui praticamente de Alphaville a Osasco na contra mão, abrindo caminho, fazendo manobras inseguras para nós e para os outros. Me senti sem chão....Naquele dia senti que tinha perdido meu filho, mas graças a Deus, se encontra conosco. Foi terrivel.

    ResponderExcluir